Jornalistas do país inteiro submeteram-se a um constrangimento inacreditável durante a passagem de Lula pela Bahia, no último dia 10, quando anunciou uma série de investimentos para o Estado. Lula lá, no palco armado na Praça Municipal, cercado de ministros, do governador Wagner e do prefeito de Salvador João Henrique. Na área baixa, prefeitos convidados, parlamentares,secretários e agregados vips. No fundo, numa espécie de curral gradeado, a imprensa local e nacional. Bem distante da cúpula. O acesso ao espaço reservado à imprensa cumpria uma trajetória igualmente gradeada desembocando unicamente ali. O apartheid estabelecido pelo cerimonial do presidente - Lula lá, imprensa cá - chegou às raias do absurdo quando o evento acabou e os jornalistas foram impedidos pelos seguranças de saíram do curral. Ficaram lá, atrás das grades. Só foram liberados quando o evento esvaziou e o presidente e sua comitiva se encontravam bem longe dali. Os profissionais perdiam, mesmo que momentaneamente, o santo direito de ir e vir. Inclusive o direito de ir embora pra casa ou voltar pras redações, se assim decidissem naquele exato momento.
- Vi poucos jornalistas reclamarem do tratamento.
- Em épocas de truculência política e ditadura, o fato seria um prato cheio para a imprensa de oposição
- Com certeza, partidos e parlamentares de esquerda também atirariam ácidas farpas ao impedimento inaceitável do livre e sagrado exercício profissional.
- Em épocas de "lulas" o "polvo" da imprensa precisa criar mais tentáculos.
Fotos: Amilton André
Nenhum comentário:
Postar um comentário