quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cadê as lideranças dos pequenos negócios da Bahia?

Em que pese a importância do segmento de micro e pequenas empresas, considerado um dos vetores alavancador da economia nacional e o setor que mais gera emprego no país, foi melancólico ver nesta terça-feira, 13, a instalação da Frente Parlamentar de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e aos Empreendedores Individuais da Bahia, excelente iniciativa do deputado Álvaro Gomes (PCdoB), que pela segunda vez foi reconduzido à presidência do organismo, criado em 2009. Como um pregador que clama no deserto, Álvaro convocava seus pares durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa da Bahia para participar da instalação da Frente, que aconteceu numa das salas das comissões da Casa. Com apenas três pessoas na platéia. Na mesa apenas um deputado. O próprio Álvaro Gomes. Circulando pelos bastidores da AL vi a cena e me resultei um tanto perplexa. Mais ainda ao ver o deputado passeando pelo plenário colhendo assinaturas dos parlamentares que compoem a Frente. Meu sentimento reportava-me aos anos em que militei como assessora de imprensa de duas entidades de ME e EPP e presenciava as coisas acontecerem, principalmente no campo da visibilidade das ações, dos debates em fórum e da mobilização em torno da consolidação de um cenário mais propício aos empreendedores. Afora o Sebrae-Ba que não descansa, ao menos na vasta publicidade de seus programas, projetos e eventos, as entidades baianas representativas do setor, como a Apemisa e a Femicro, parecem mortas. Se por acaso se movimentam, movimentam-se em torno de seus próprios umbigos. A reinstalação da Frente Parlamentar, por mais que tenha sido um ato protocolar, careceu de robustez, de vigor, de gente que faz. A sala Luiz Cabral onde aconteceu o ato, deveria estar abarrotada de empreendedores, mobilizados por suas respectivas entidades e líderes, mostrando aos parlamentares, aos formadores de opinião e à sociedade a força desse segmento reconhecido como verdadeiro baluarte na promoção do desenvolvimento regionalizado. Isso sem falar na sua incrível capacidade de adequar-se a novas situações econômicas, novas tecnologias e outras potencialidades. Os quatro gatos pingados no meio daquele auditório vazio (ver foto), mostra cabalmente que o movimento do pequeno empreendedor na Bahia é uma vela apagada. Necessário se faz reacender essa chama e rever as posturas das lideranças que colocaram essas importantes entidades em ponto morto. Sobretudo agora que os olhos das políticas públicas voltam-se para o segmento e a presidente Dilma sinaliza com a criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas.

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