segunda-feira, 9 de julho de 2012
O que a CUT não quer perder?
O futuro presidente da CUT, Vagner Freitas - a ser empossado esta semana em congresso da entidade que acontece em São Paulo -, "ameaça" colocar o seu bloco na rua em defesa dos réus do mensalão. E justifica: Teme que o julgamento do mensalão se transforme numa batalha política entre petistas e seus adversários, E dispara o seguinte absurdo: " Nós vivemos um bom momento político e a estabilidade é importante para os trabalhadores". Vamos lá. Bom momento político pra quem, Sr. Freitas? O país inteiro se mantém em estado de perplexo atordoamento por conta das sequenciais denúncias de corrupção que não param de vir à tona e emporcalham de ponta a ponta os vínculos do poder. E estamos num bom momento político? Então quer dizer, Sr. Freitas, que temos que ser benevolentes e fazer cara de paisagem para a desfaçatez que assola as podres relações politicas, empresariais e governamentais por conta das conquistas dos trabalhadores? Relevar crimes, falcatruas, suborno, propinas e desvios de dinheiro público só porque os envolvidos são do partido que supostamente "luta" pela classe trabalhadora? Seria esse o preço? Não creio que os trabalhadores desse país queiram pagar essa maldita conta para terem suas conquistas consolidadas, Sr. Freitas. Os direitos dos trabalhadores devem ser legitimados, sim. Mas sem negociatas. Não disse sem negociações. Disse sem negociatas. Ora, não é segredo pra ninguém que a CUT sempre foi a coluna sindical do PT e que seus dirigentes sempre estiveram filiados ao partido. Como não é segredo pra ninguém que as centrais sindicais estão milionárias hoje por conta das benesses e verbas astronômicas que tilintam em suas contas desde que o PT assumiu as rédeas do país. Talvez, seja esse o "bom momento" e a "estabilidade" que a CUT não queira perder. E por isso ameaça invadir as ruas com a sua tropa em favor dos acusados de lesar os cofres do país. E conta com ilustres aliados. A abertura do Congresso, por exemplo, terá a presença do ex-presidente Lula da Silva. E Freitas, a despeito das viciadas relações da CUT com o Poder, insiste em não querer um julgamento pollítico. A despeito dos direitos e punições dados aos reús pelo que estabelece a Lei, não se engane Freitas, o julgamento deve e será político, sim.
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