quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Navalha na carne

É preciso reconhecer a coragem do governador do Rio, Sérgio Cabral e do secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que não é carioca, é gaúcho. O Rio, sobretudo o Rio das favelas, das famílias em estado de vulnerabilidade, risco e pobreza, paga hoje um preço alto pela falta de ousadas ações estratégicas no combate à criminalidade como a que acontece nesse momento. A ausência de audácia na guerra contra o tráfico foi, seguramente, responsável para que os tentáculos da bandidagem se ramificassem de forma tão alarmante como vemos hoje. Até então, as tímidas operações - tímida diante da arrogância e organização dos marginais - foram deixando brechas para que o crime ocupasse cada vez mais espaço e munição. Agora, diante da situação limite e cenário insustentável, o governo do Rio, finalmente se posicionou. E agora é tudo ou nada. Não há possibilidade de recuo. Ou a polícia reduz a massa de bandidagem, ou a bandidagem acaba com o Rio. Não há via de escape. Desde o instante em que tomou-se a decisão de se ocupar efetivamente os morros através das UPPs para expulsar os criminosos e proteger a comunidade, os marginais, inclusive os encarcerados, perceberam que perdiam terreno. E reagiram tentando intimidar a polícia e a população com atos absurdos e ousados de violência. A reação imediata foi decisiva. Pela primeira vez, os bandidos ficaram acuados e na defensiva. O que prova o quanto essa ação se fazia necessária. Faltava, com licença e desculpa da palavra, "culhão" para esse enfrentamento. Um enfrentamento que a população carioca quer e aprova. A constatação está aí: o povo vem contribuindo com a polícia, denunciando, informando e o que é mais sensacional, mostrando que não se rendeu à intimidação. Então, parafraseando Arnaldo Jabor em seu comentário televisivo: chegou a hora dessa gente carioca mostrar seu valor!
Foto: Silvia Izquierdo/AP

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