quarta-feira, 30 de maio de 2012
Contrição, inocência e vela
Eles, o circo. Nós, a platéia. E não há graça nenhuma. Por isso não há risos. Depois de peregrinar igual fantasma mudo pelos corredores do Senado, Demóstenes Torres, ex-DEM, hoje sem partido, finalmente prestou depoimento sobre suas fatais ligações com o Carlinhos Cachoeira. E se debulhou em contrição e negativas. Jurou tudo a seu favor. Pregou sua inocência. E só Deus sabe o que ele vem sofrendo nos últimos tempos. E por isso mesmo, ele "reencontrou Deus". Que havia perdido na trajetória do seu equivocado mandato. Relações de esquemas com Cachoeira, ele garante que não tem mesmo. Apenas o contraventor paga a sua conta de rádio Nextel - valorzinho baixo, assim, tipo R$ 50 - também pagou os fogos de artifício usados na formatura de sua mulher - apenas alguns coloridos pipocos - e também comprou um sonzinho pra ele no valor de R$ 27 mil. Ah! mas teve um detalhe. Cachoeira não entregou o som todo. Só uma parte. O som veio dos EUA. Mas Demóstenes decidiu agora, inclusive, que vai pagar. Teve outro favorzinho encomendado a Cachoeira que, infelizmente, Demóstenes não pode desfrutar por conta de "problemas alfandegários: uma mesa, vinda da Argentina. Mas esquemas e relações empresariais com Cachoeira, como tão falando por aí, ele mesmo nunca teve. Não nega, porém, que é sócio da empresa Instituto Nova Educação Ltda, da qual também é sócio o empresário Marcelo Limírio, com quem o bicheiro mantém sociedade em outra empresa. Resta, então, fazer do tão comovido e doce depoimento, uma garapa. Para acompanhar a pizza que o país vai comer!
domingo, 27 de maio de 2012
A chantagem
Enquanto a base governista esmera-se nos conchavos para colocar no banco dos interrogados da CPI Cachoeira apenas o governador tucano de Goiás, Marconi Pirillo, salvaguardando com seu abraço blindado outros governadores citados no esquema como Sérgio Cabral (PMDB) e o petista Agnelo Queiroz, outros absurdos e indignos movimentos dos que não aceitam de jeito nenhum a democrática, pura e simples decisão popular de alternância do poder, vão sendo reveladas. O escândalo da vez lambe uma das cadeiras ativas do Palácio do Planalto, ocupada por um ex que nunca foi embora: o presidente Lula da Silva. Tentar chantagiar o ministro do Supremo Tribunal Federal para o adiamento do julgamento do mensalão, oferecendo contrapartida de blindagem na CPI Cachoeira foi, no mínimo, um gesto indecente de Lula. No máximo, foi tudo o que o país precisa enxergar de partidos que conquistaram a duras penas o Poder, tomaram gosto, se locupletaram e agora não se conformam em largar o que descobriram ser um precioso osso. Nesse afã, desvirtuaram bandeiras, lutas, lógicas, projetos e sonhos. Ou, talvez, não fizerem nada disso porque, na verdade, buscavam apenas uma "ideologia" pra viver. Inadimissível a atitude do ex-presidente. Sobretudo diante da inquietante expectativa da sociedade brasileira de ver expostas as entranhas do mensalão, esclarecidos seus equívocos e punidos os seus "malfeitos". Ah! então não será pertinente nem conveniente julgar o processo agora? Porque não, Lula? O ministro do STF em questão, Gilmar Mendes, disse que ficou perplexo com o comportamento e as insinuações do ex-presidente que, durante o assédio, fez referência a um encontro de Mendes com o senador Demóstenes Teixeira - investigado pelas perigosas relações com Cachoeira - numa viagem a Berlim. Independente de qualquer envolvimento -caso haja - do ministro com o esquema Cachoeira, a atitude de Lula foi simplesmente deplorável!
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Pé frio
Ainda em fase de produção e sem data para estrear, o programa de Fátima Bernardes começa pisando no azar. Nessa quinta-feira, 24, um homem morreu durante a gravação de um dos quadros do programa, em que o humorista Marcius Melhem voltava à escola em que havia estudado para reencontrar colegas e funcionários de sua época. Depois do jogo, onde Melhem foi o juiz, o aposentado Humberto Maços Guimarães, que tinha 70 anos e era ex-funcionário do Colégio Pentágono, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, se sentiu mal e morreu na hora. Valha-nos Deus! Jejum e oração Fátima.
* Informações do UOL
* Informações do UOL
quarta-feira, 23 de maio de 2012
Risíveis amores...
Vamos combinar que essa é risível. Dez advogados de réus do mensalão, muito preocupados com, digamos assim, a dignidade dos ministros do Supremo Tribunal Federal - STF, "sugeriram" num documento por eles assinado, que
não julguem o caso "com a faca no pescoço". E ensinaram: "Embora nós saibamos disso, é preciso dar mostras a todos de que o
Supremo Tribunal Federal não se curva a pressões". Ah! que defensores destemidos dos democráticos direitos das instituições brasileiras. Esses "fiéis" advogados do estado democrático de direito - deles - defendem réus como o ex-ministro José Dirceu,
acusado pelo Ministério Público de ser o "chefe da quadrilha" do
mensalão, o ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha
(PT-SP) e o publicitário Marcos Valério, apontado como o operador do
esquema. Convenhamos tratar-se de uma tremenda cara-de-pau. Em dose décima!
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Eu sou do meu amado e ele é meu!
"A relação com o PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu [sic]". Essa "sublime" mensagem foi transmitida pelo deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), para o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). Que lindo! Mas como Deus é justo, a troca de favores-afagos entre Vaccarezza - um dos
principais articuladores da base governista na CPI - e Cabral foram
registradas por um cinegrafista e exibidas na edição desta quinta-feira
do jornal SBT Brasil.E em nota, Vaccarezza jura que não existe essa história de "blindagem" na CPI Cachoeira. Então tá! Resta-nos saber porque então patinan na convocação de o empresário Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta, além dos governadores Agnelo Queiroz
(PT-DF), Marconi Perillo (PSDB-GO) e o próprio Cabral? Algúem precisa mesmo dessa resposta? O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI, tem uma saída: " Não vejo indícios suficientes para convocar os governadores". Ah! Que chapa-branca, viu!
Foto: José Cruz/Agência Senado
Foto: José Cruz/Agência Senado
quarta-feira, 16 de maio de 2012
E a verdade vos libertará
Instalou-se no país a Comissão da Verdade que investigará violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 a 1988. Mais que necessária para revelar o que foi escondido nesse período que inclui a ditatura militar, responsável por violências, torturas e mortes dos que só queriam sonhar com a liberdade. A presidente Dilma Rousseff marca extraordinário gol. Em solenidade no Palácio do Planalto, Dilma discursou - ao lado dos ex-presidentes FHC e Lula - e se emocionou. "O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e,
sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e
parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e
sempre a cada dia", disse. Daqui, aplaudo!
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Um must....
Pensem em Wagner Moura em Preto & Branco? Se já é talentoso e lindo, imagine vivendo Federico Fellini... O charmoso ator baiano foi pinçado para incorporar o cineasta italiano Federico Fellini no filme "Fellini Black and White". Dirigido por Henry Bromell, o filme vai incluir no elenco Terrence Howard, Peter Dinklage e William H. Macy. A história vai contar a primeira viagem de Fellini aos EUA para a entrega do Oscar. Na época, ele deu um sumidaço de 48 horas. Incorporado, esperemos que semelhantemente ao Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, Wagner possa mostrar o que o cineasta andou aprontando nesse período.
Deu sombra.....
As águas da CPI Cachoeira começam a invadir espaços inimagináveis. Nada menos que 82 nomes citados nesse iniciozinho da investigação: de Dilma, a presidente, a jornalistas combativos como Cláudio Humberto. Os respingos passam e dão uma certa molhada no senador Aécio Neves. pré-candidato tucano à presidência da República. Nem o Supremo escapa. Os nomes dos ministros Gilmar Mendes e Luiz Fux passearam pelos grampos. O presidente da CPI, porém, senador Vital Rêgo (PMDB-PB) pediu cautela. Lembrou que por ser citada, não significa que a pessoa esteja, de fato, envolvida com o esquema fraudulento do contraventor Carlinhos Cachoeira. Procede!
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Águas vão rolar... na mídia
E a mídia entra no circuito suspeito da CPI Cachoeira. O relator Odair Cunha (PT-MG) assegura que se houve cooptação e corrupção de alguns atores da mídia, isso será investigado. Veja detalhes no Poder e Política - Entrevista, programa do UOL e da Folha conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues no estúdio do Grupo Folha em Brasília.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Mensalão nos Alpes
O Supremo andou pensando em discutir como se daria o julgamento do mensalão. Não houve discussão. Porque o relator-revisor do caso, o ministro Ricardo Lewandowski, estava na Suiça. Viagem oficial. Na verdade, o processo só poderá entrar em pauta para julgamento quando Lewandowski liberar a papelada. O que parece não ter a menor previsão de acontecer. Maior julgamento da história
do STF, o mensalão envolve 600 testemunhas e 38 réus, todos encalacrados com o esquema de compra de parlamentares da base aliada, para votarem colados com os interesses do governo Lula da Silva. O ex-presidente do Brasil. Escândalo, aliás, nunca visto antes na história desse país...
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