domingo, 20 de abril de 2008

Caso Isabella: Jornalismo não é apelação

Tudo bem que o crime é mesmo chocante. O horror e a perplexidade diante de tanta crueldade e maldade que resultaram na morte da menina Isabella abate os quatro cantos do País. Mas é preciso mais que profissionalismo para que a mídia trate o caso com integridade e responsabilidade. A sensatez, coerência e a sensibiliodade podem eliminar das informações o que é apelação. Apelar para a emoção e sentimentalismo das pessoas pode ser perigoso. Pode motivar mobilizações irracionais e agressões. Ou seja, pode incitar a novos crimes. Fico imaginando a família materna de Isabella ( sim, porque a paterna está às voltas com as pesadas acusações que recaem sobre Alexandre Nardoni), tendo que acompanhar pela mídia as informações veiculadas sobre o caso. As redes televisivas, então.... Deve ser cruel assistir às informações sobre o sofrimento da menina antes de morrer. Tudo devassado e dito sem rodeios. O passo a passo do seu martírio, com fotos e simulações eletrônicas. Quem aguenta?! A formato da informação, tem que levar em consideração as pessoas envolvidas, suas consequências e seu sofrimento, sobreduto se a questão ainda não foi fechada, concluída. Se ainda não existe um veredito. Isso sem falar no "fala povo" editado para fazer "verter" lágrimas, criar revoltas e arrasar o coração de todos quanto. O Fantástico desse domingo fez isso: video da menina produzido pelo tio, com canções da Bossa Nova como trilha. Mostrado de forma a gerar emoções, até porque seguido de anônimos do povo chorando e lamentando o sofrimento e a morte da menina e fazendo comparações com seus filhos e netos. Isso não é jornalismo. Isso é apelação.

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