quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Lula, Chávez e o equívoco de Vargas Llosa

E por conta do Prêmio Nobel de Vargas Llosa fui vasculhar alguns contrapontos sobre o seu artigo publicado no Estadão - O Socialismo do século XXI - onde não alisa os cachos prateados do presidente Lula. Llosa acha que o apoio de Lula ao insano do Hugo Chávez é só jogo de cena e retórica para enganar o setor petista radical que já começa a tachá-lo de traidor da revolução. E critica o chamado socialismo do presidente que, segundo ele, de socialismo não tem nada já que apoia os investimentos estrangeiros e o mercado, a abertura econômica e a empresa privada. Soltando beijinhos para o caudilho e alisando o ego do empresariado brasileiro, Lula vai se firmando com uma política de oposição ao estatismo e ao coletivismo econômico que o destemperado comandante aplica na Venezuela. E para Llosa, enquanto o empresariado está satisfeito com Lula, a imprensa brasileira vem reagindo com vigor, condenando o seu apoio aos atos insanos de Chavez . Será??
  • Tem gente que não pensa assim não. O economista José Nivaldo Carneiro, mestre em ADM pela FGV-SP, publicou artigo na net apontando erro de leitura política de Vargas Llosa. Para ele a imprensa brasileira não reagiu coisa nenhuma contra as maluquices tiranas de Chávez, exceto em editoriais "tão protocolares quanto inutéis".
  • Ele comenta os equívocos de Llosa:
  • Há um desprezo ímplicito da esquerda sofisticada brasileira, que controla a mídia, contra o visual kitsch de Hugo Chávez. Olham-no de cima pra baixo. E nem por isso deixa de lhe render homenagem, toda ela macumunada com o governo Lula e servil ao apoio que ele dá a comandante.
  • A imprensa brasileira apoia Lula, em especial na sua política externa, que inclui a incondicional cobertura da diplomacia brasileira aos disparates bolivarianos.
  • Lula nunca se opôs ao estatismo e tem dado passos decisivos nessa direção.
  • O socialismo de Lula é de fato, e não retórico. Desde Lênin a simbiose entre a casta esquerdista alçada ao poder e os investidores internacionais nunca foi contraditória com os atos revolucionários que se sucederam, muito ao contrário.
  • Os capitalistas brasileiros viraram uma casta de servos do Estado, tudo sendo decidido pela esfera política e não pelo mercado.
  • Lula não apoia o mercado coisa nenhuma e está governando para sufocá-lo no limite da inoperância, a começar pelo excesso de regulação, de impostos e de leniência com a desordem, como se viu no caos aéreo.
  • Os empresários brasileiros que estão satisfeitos são fornecedores do Estado ou de alguma forma sócios e beneficiários da oligarquia esquerdista que controla o poder.
  • E MAIS: Lula não é traidor da revolução, é o seu líder máximo.
  • E o economista conclui: O artigo de Vargas Llosa, a despeito de ter sido feito com honestidade e não está imbuído de má fé, é um atestado de burrice política.

Reflexões a serem consideradas.

Nenhum comentário: