quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Boi na linha
“Ou a Polícia Federal está inteiramente errada, jogando fora o dinheiro da Nação, fazendo investigações temerárias, ou a Justiça está errada". O questionamento pra lá de pertinente é da ministra do Superior Tribuinal de Justiça - STF - Eliana Calmon. Ela se refere, naturalmente, ao fato de o STJ ter anulado provas colhidas pela PF durante a chamada Operação Barrica, que apura movimentos suspeitos - como lavagem de dinheiro -, de Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney. E, pra variar, essa é a terceira operação da PF deletada pelo Supremo. Antes já haviam sido anuladas as provas colhidas pelas operações Castelo de Areia e Satiagraha. Todas investigam empresários e políticos peixes-grandes. Aí o STJ anula provas. Cabal, portanto: quem tem dinheiro e prestígio nesse país não precisa ser JUSTIÇADO. Pra esses, nada de condenação ou cadeia. E, se durante a operação, a PF utilizar algemas para envergonhar esses bandidos "influentes", a porca torce o rabo. A chiadeira é geral. Não se trata de bandido "pobre" qualquer. Com os pobres pode! Com os ricos, não. Faço questão, então, de reeditar aqui o que disse Fernando de Barros e Silva na página editorial da Folha desta terça-feira: " Mas quem exorbita nesse epsódio escandaloso? É a polícia? Ou é um Judiciário que afaga descaradamente investigados que possuem poder político ou econômico? Tem boi nessa linha. Ou melhor: tem barrica à mostra sob o manto da legalidade". Perfeito.
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