quinta-feira, 13 de outubro de 2011

As mulheres de Dilma

Nunca antes na história desse país o Palácio do Planalto havia acolhido um time tão grande de mulheres para comandar pastas ministeriais. Dilma tinha um plano: um terço dos ministérios em seu governo, seria de mulheres. Nessa conta, ela deveria ter 12 ministras, já que, se não me engano, são 37 pastas. A presidente Rousseff, apesar das pressões partidárias para abocanhar os cargos importantes do governo, conseguiu que 10 mulheres sentassem em poderosas cadeiras do Palácio. Todas tecnicamente qualificadas e prontas para a missão de iniciar uma justa mudança na distribuição dos cargos políticos de primeiro escalão do país. Afinal, as mulheres somam 50% da população brasileira, em média possuem maior escolaridade que os homens, trabalham mais (incluindo o trabalho doméstico não remunerado), vivem mais tempo e já são maioria na fatia economicamente ativa da população. Portanto, a baixa participação feminina nos cargos de poder - sejam públicos ou privados - está longe de fazer justiça à importância e à contribuição que as mulheres brasileiras dão ao país. Portanto, o time de Dilma trazia essa característica de justiça e inclusão. E o raciocínio de Dilma estava certo. Continua certo. Ela errou, porém, - e não dá para negar - , nas escolhas. A reforma ministerial que a presidente fará em 2012 vai derrubar nada menos que 4 ministras: a baiana Luiza Bairros, da Igualdade Racial; Ana de Holanda, Cultura; Maria do Rosário, Direitos Humanos e Iriny Lopes, Política para Mulheres. Fora as frouxas justificativas de que a substituição tem a ver com o calendário eleitoral de 2012 - algumas esboçam pretensões políticas em seus estados -, a verdade é que todas elas vão cair por má avaliação. Não estão conduzindo com a eficiência que se esperava as suas respectivas pastas. E verdade seja dita: mesmo as ministras que não entraram (por enquanto) na listinha negra de Dilma, ainda não disseram ao país o que estão fazendo lá. Podem até sobreviver por serem da confiança pessoal da presidente. Mas falta brilho, falta excelência. E no contexto desse cenário, predominante e injustamente masculino, esses elementos ainda são crucialmente necessários para que a mulher no poder, se sustente e se destaque. Sem medo de errar: o país está repleto de mulheres brilhantes. Dilma só precisa achá-las.

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