domingo, 14 de junho de 2009

Irã: eleição contestada

Um forte onda de manifestações e protestos tomou conta de Teerã desde o anúncio da reeleição do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, na votação da última sexta-feira. Desde o sábado, opositores foram às ruas para denunciar o que consideram uma fraude eleitoral, o candidato derrotado, o reformista Mir Hussein Moussavi, pediu anulação do resultado e a polícia reagiu prendendo dezenas de pessoas ligadas a grupos de oposição. Mas Ahmadinejad também recebe manifestações de apoio, e comemorou na tarde deste domingo sua conquista eleitoral junto a uma multidão estimada em cem mil pessoas.
  • A COLETIVA: Em entrevista coletiva o presidente comparou os protestos da oposição à reação de torcedores de futebol inconformados com a derrota do seu time. Segundo ele, perdedores sempre reclamam do resultado, e o Irã é um modelo de democracia para o mundo. Membros da oposição, por outro lado, denunciam o que chama de “golpe de Estado”, e prometem continuar protestando contra o resultado e a repressão.
  • A CENSURA: Pelo menos seis jornalistas ocidentais foram detidos e sofreram repressão enquanto faziam a cobertura dos protestos contra a reeleição do presidente em Teerã. A polícia iraniana deteve e expulsou do país dois jornalistas da TV pública holandesa que gravavam uma reportagem em frente ao escritório de Mir Hussein Moussavi, o principal adversário do chefe de Estado Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais de sexta-feira. O governo iraniano está interferindo até nas transmissões em persa da "BBC" no Irã, onde um jornalista e um câmera da rede britânica foram presos.
  • A REPRESSÃO: Além dos jornalistas, a detenção de opositores e novos protestos aumentaram neste domingo a tensão no Irã, após os distúrbios pela contestada reeleição do presidente, que disse que os iranianos manifestaram o seu repúdio aos "opressores" que governam o mundo.

Fotos: Reuters

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