terça-feira, 8 de julho de 2008

A dor de mais uma família trazida a balas, estupidez e despreparo de policiais

As imagens do circuito interno de TV de um prédio perto do local em que o menino João Roberto foi baleado, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, confirmam que não houve tiroteio. O vídeo mostra o momento em que o carro da funcionária pública Alessandra Soares passa pela Rua General Espírito Santo Cardoso. O veículo da PM pára logo atrás e os agentes descem. O carro da família encosta na calçada. Os PMs se posicionam e começam a atirar. A mãe ainda joga uma bolsa da janela para mostrar que havia crianças dentro do veículo. O menino de 3 anos teve morte cerebral constatada na manhã de segunda-feira. Ele será enterrado no cemitério São Francisco Xavier, Caju, Zona Portuária do Rio, na tarde desta terça. O velório será na capela B. Nesta manhã, o pai dele esteve no IML -Instituto Médico Legal, no Centro do Rio, para liberar o corpo, mas não quis falar com a imprensa.
  • Mãe com estilhaços no corpo: Estilhaços de projéteis disparados durante a perseguição entre PMs e suspeitos ainda continuam na coxa direita e no abdômen da mãe da criança.
  • Doação: A família decidiu doar as córneas da criança. As informações foram confirmadas na noite de segunda-feira (7) pela assessoria do Hospital Copa D’Or, onde ele estava internado.
  • Nota oficial: O comandante geral da Polícia Militar, Gilson Pitta Lopes, informou que durante uma reunião com comandantes de outras unidades ele reafirmou que a PM não pode abrir mão dos cuidados fundamentais em abordagem de pessoas, veículos e também no uso de armas de fogo. Segundo ele, os desvios de conduta da corporação não serão tolerados. A Polícia Militar informou, ainda, que se solidariza com os familiares das vítimas recentes de ações policiais e afirmou, segundo a nota oficial, que os “maus policiais responderão por seus atos”.
  • Presos: Os policiais militares estão presos administrativamente no 6o BPM (Tijuca), por um prazo de 72 horas. Segundo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, os policiais estavam na Tijuca, Zona Norte do Rio, quando foi passado um rádio sobre um carro furtado na região.

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