terça-feira, 20 de maio de 2008

Lula "empurra" nova CPMF para Congresso. Oposição promete barrar

Na reunião de coordenação política de segunda-feira o presidente Lula determinou que as discussões sobre a recriação da CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira seja tratada pelo Congresso sem a interferência do governo. Na verdade, Lula quer evitar desgastes políticos em pleno ano eleitoral. A oposição percebeu a manobra e promete barrar a proposta no Congresso se a base aliada do governo apresentá-la como alternativa para compensar a chamada emenda 29 (que amplia a destinação de receitas para a saúde). Líderes do DEM e PSDB afirmaram que a proposta não tem chances de ser aprovada no Senado. O que seria realmente um contrasenso, uma vez que a Casa Legislativa foi responsável por derrotar a prorrogação da CPMF no final de 2007.
  • Os contras: "A CPMF não passa no Senado porque não é necessária. Não podemos colaborar para o aumento da carga tributária. É só o governo não gastar com bobagens, mas com saúde. O governo diz que não tem dinheiro para a saúde, mas tem dinheiro para tudo mais. É cortar gastos e parar com esse jogo", reagiu o senador Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado.
  • O senador José Agripino Maia (RN), líder do DEM no Senado, considerou "estranho" que o governo tenha discutido a recriação da CPMF justamente às vésperas da emenda 29 entrar na pauta de votações da Câmara. "O que o governo quer é embaralhar a aprovação da emenda 29, não quer ver mais dinheiro para a saúde. Dinheiro, tem", afirmou.
  • Lula quer tirar "do colo": Na opinião de Agripino, a decisão do presidente Lula de deixar para o Congresso Nacional a discussão da nova CPMF tem como objetivo "tirar do seu colo" um assunto que não tem o apoio da população. "O governo, quando é matéria polêmica, cai fora e deixa para o Congresso e quer que a base aliada assuma responsabilidade.

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