terça-feira, 24 de junho de 2008

12 bebês morrem em UTI e direção do hospital diz que foi "fatalidade"

Para mim soou como insensibilidade e irresponsabilidade as declarações da direção da Santa Casa do Pará classificando de "fatalidade" a morte de 12 bebês internados na UTI do hospital, num único final de semana. O Jornal da Globo de ontem mostrou entrevista com a irmã de uma das parturientes, informando que ela própria teve que fazer o parto porque no Casa não havia médicos. "Fatalidade"? Irresponsabilidade, precariedade e leviandade com a vida humana. Isso sim. O Ministério Público do Pará enviou ofício à Santa Casa de Misericórdia, nesta terça-feira, 24, pedindo cópias dos prontuários dos 12 bebês que morreram no fim de semana na maternidade. O objetivo é analisar se houve falha humana ou falta de equipamentos para atender os recém-nascidos. Hoje, a direção da Santa Casa reafirmou que as mortes foram uma "fatalidade", já que foram registrados casos gravíssimos em um curto espaço de tempo. Os médicos já haviam dito que o número é considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde.Pelo menos nove dos 12 bebês tiveram os corpos liberados para sepultamento. Eles devem ser enterrados até o fim do dia.
  • Condições precárias: O Ministério Público informou, por meio de nota, que o promotor de Justiça da Infância e Juventude Ernestino Roosevelt Silva Pantoja ajuizou ação civil pública em 19 de março contra o governo do Pará e a Prefeitura de Belém, para denunciar as condições precárias da Santa Casa. O órgão diz que solicita a construção imediata de um hospital de referência materno-infantil. De acordo com a ação, o número reduzido de profissionais e a demanda elevada sobrecarregam os médicos e afetam a qualidade do serviço.

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