segunda-feira, 30 de junho de 2008

A mamata de um recesso em preto e branco

Por: Letrinha
Durante os festejos juninos os parlamentares que formam o "nosso" Congresso Nacional - leia-se Senado e Câmara - deram um time no trabalho para participarem em seus Estados dos arraiás e forrós promovidos pelas "bases". Os parlamentares que não contam com "forrós" em "suas bases", aproveitaram o recesso para descansar do árduo trabalho que desenvolvem de terça à quinta em Brasília, ou gentilmente aceitaram convite para participar dos arraiás dos pares nordestinos das bancadas de seus partidos. Amanhã, dia primeiro, eles retomam suas atividades. Porque hoje, afinal de contas, é segunda-feira e ninguém é de ferro. Vão tentar votar a LDO de 2009, porque se assim não o fizerem ficam proibidos de entrar no recesso a que têm direito em julho e que começa dia 17. Bem, como se trata de ano eleitoral, haveremos de convir que os parlamentares "precisam" cuidar dos seus candidatos ou de suas campanhas. Poquíssimos deles são candidatos. Mas temos que entender que é importante que cada um esteja perto das "bases" para impulsionar as candidaturas de seus aliados. Isso posto, todos nós brasileiros que trabalhamos quase sempre de domingo a domingo para manter nossas micro e pequenas empresas de pé, ou fazendos "frilas" e "bicos" para que o orçamento do mês consiga manter contas pagas e comida na mesa até o próximo salário, haveremos de compreender que os excelentíssimos parlamentares - seres que colocamos lá para assegurarem nossos direitos e manterem nossas conquistas -, entrem em recesso dia 17 de julho e só retornem às suas atividades depois das eleições. No final de outubro, diga-se de passagem, já que o segundo turno é provável que aconteça em numerosas cidades. É o recesso "branco" decretado pelos líderes do Congresso, permitindo que os parlamentares se ausentem e fiquem bem longe do trabalho sem cortes ou qualquer prejuízo aos seus polpudíssimos salários. Salários pagos religiosa e pontualmente com o dinheiro que vem do bolso minguado dos trabalhadores em geral. Dinheiro do público. Do público que jamais conseguirá desfrutar de um recesso em "preto e branco". Quanto mais de um em "branco". Então, só nos resta trabalhar dobrado para que os "honrados" homens do "nosso" Congresso descansem o máximo e ganhem cada vez mais "deitados em berço esplêndido".

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