sexta-feira, 27 de junho de 2008

Zimbábue faz segundo turno das eleições. União Européia e ONU não legitimam

A UE - União Européia, assim como a ONU, considera que as eleições presidenciais do Zimbábue, com a realização hoje do segundo turno, "não são legítimas nem válidas" e que seus resultados "estarão desprovidos de valor", segundo fontes do Executivo do bloco. As denúncias são de que o processo eleitoral esteve dominado por uma sistemática campanha governamental de violência e intimidação.O segundo turno das eleições começou hoje sob tensão e com uma baixa participação. Robert Mugabe, presidente do Zimbábue desde sua independência em 1980, é o único candidato. Morgan Tsvangirai, líder do partido opositor Movimento para a Mudança Democrática, se retirou a disputa no domingo passado, a apenas cinco dias da realização do segundo turno. Tsvangirai alegou que não podia seguir adiante devido à campanha de violência e intimidação que Mugabe e seu Governo realizaram com a ajuda dos veteranos da Guerra da Independência. Tsvangirai está abrigado na embaixada holandesa, onde passou a maior parte da última semana por medida de segurança. Hoje ele deu entrevista informando que os eleitores do Zimbábue estão sendo forçados a ir às urnas no segundo turno das eleições presidenciais. Segundo denunciou, os zimbabuanos estão sendo "intimidados" a votar, mas muitos estão se recusando. Para Tsvangirai, a eleição desta sexta-feira é um ato de uma ditadura que "tenta desesperadamente se legitimar".
  • Mugabe, de 84 anos, está no poder desde 1980, data da independência, e governa um país em crise, assolado pela hiperinflação e pela epidemia de Aids.
  • O líder do MCD derrotou Mugabe no primeiro turno, em 29 de março. Nas eleições, que também foram legislativas, o partido de Tsvangirai obteve maioria na Câmara dos Deputados, que pertencia ao movimento ZANU-PF de Mugabe há 28 anos.
Foto: UOL

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