quarta-feira, 18 de junho de 2008

Tensão e "panelaço" na Argentina

  • Da Agência Estado: A Argentina começa a repetir imagens do dramático dezembro de 2001, quando panelaços em todo o país pediam a renúncia do presidente Fernando De la Rúa, antecipando a pior recessão econômica de sua história e uma crise institucional sem precedentes em sua era democrática. As panelas que voltaram a ressoar no país ontem à noite ainda não foram uma repetição da palavra de ordem "que se vayan todos" (que saiam todos) endereçada naquela época ao ex-presidente De la Rúa. Por enquanto, os argentinos estão pedindo diálogo do governo de Cristina Kirchner com o setor agropecuário para pôr fim a um conflito que tomou a população como refém por quase 100 dias. O panelaço replicado pelos bairros de Buenos Aires e pelas principais cidades argentinas foi em apoio aos produtores rurais para que o governo reveja a medida de 11 de março, que aumentou as retenções (impostos sobre exportações) de grãos. O panelaço de ontem à noite também foi um "basta" ao estilo de governar de Cristina Kirchner e seu marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. Estamos fartos da inflação, da arrogância da presidente e de seu discurso setentista (da década de 70) que divide a população entre esquerda e direita golpista, contra ou favor do governo", afirmou a professora de ensino primário Suzana González, em um dos panelaços do bairro de classe média Caballito.
  • O aprofundamento da crise política e institucional que sacode a Argentina é cada vez maior em meio à crescente tensão social e acusações de golpe de Estado. A inflexibilidade do governo de dialogar é grande e a presidente Cristina Kirchner não aparece em público desde o último sábado, quando 19 produtores rurais sofreram repressão e foram presos.

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